quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Saúde Mental e Corporal
Lusitanos de Portugal Nogueira da Regedoura = Memórias
Foram seguramente, quatro anos marcantes.
Recuperação:- Ajuda Preciosissima
Como Foi bom poder conviver e ter a confiança das pessoas.
Quando parei de beber, encontrei na Tasca da Carmélia e do Alexandre um local e um ambiente aprópriado para me esquecer do momento difícil porque passava.
Diáriamente jogava-se à ralhada, e aquele barulho infernal, que acaba por ser normal neste tipo de jogo, entrava-me pelos ouvidos e certamente se infiltrava na mente, era um comprimido que me dava alento, saía dali totalmente confiante, verdade que foram aqui os meus primeiros tempos, e juntamente com outras ocupações, funcionou em pleno.
Estava a dar os primeiros passos desde que tinha parado de beber e o Alexandre incutindo-me confiança, porque certamente acreditava, Um dia disse:- Ele não vai voltar a beber, porque a gente não deixa.
Certo que ele não percebia nada de alcoolismo, a não ser servir uns copos, mas que me ajudou e muito, lá isso ajudou. Eramos grandes amigos, porque ele é sua esposa são duas jóias de pessoas, ainda mais amigo fiquei dele, por lhe reconhecer este graciosa ajuda. Hoje sei que são estes pequenas atitudes, que nos marcam profundamente.
Café no Café do Caramulo:
Já se tinham passado cerca de três meses que tinha deixado de beber, cria respeitar os compromissos que tinha assumido de acabar os trabalhos como mineiro, tinha prometido a mim próprio e a minha Esposa que insistia para que eu abandonasse essa arte, poois estava convencida que ela teria contribuído de forma deciasiva e apressada para que mais rápidamente me tivesse mergulhado até ao fundo daquele profundo poço. Estava convenciada que a continuar naquela arte não venceria a batalha que estava a travar.
O café do Caramulo, sempre foi um daqueles cafés que gostei de frequentar, pois o proprietário era uma pessoa excepcional, mas tinham-se passado estes meses e eu sem tomar qualquer café. Nesse dia decidi lá ir tomar um, mas em vez de um acabei com o tempo por tomar três, sempre adorei e adoro tomar café, é mesmo um dos meus exageros, mas com eles meio a cambaliar, vim até ao Alexandre, sentia-me sem equilibrio e embriagado, estive ali bastante tempo, mas continuva cambaliando, dali, desloquei-me até ao café Ribeiro, queimando mais tempo, mas a coisa não passava, acabei por la´ir até casa cambaliando embora menos, mas o suficiente para que me minha mulher se tivesse apercebido que eu ainda vinha a cambaliar, a cena complicou-se, quando depois lhe cheirou a bagaço, por eu ter pousado os braços em cima do balcão e ter apanhado esse cheiro em líquído que estava em cim a do bbalcão.
Visitas continuadas:
Porque era um café onde gostava de parar, continuei, porque depois já passei a tomar café diário, o tempo foi passando e pouco depois foi-me feita a proposta pelo Carlos Silva que era Presidente dos Lusitanos e desejava concorrer de novo com uma equia renovada.
Depois de me dar a conhecer outros elementos que fariam parte da lista, não exitei, em boa ora o fiz, que o trabalho que passamos a desenvolver foi fundamental para a ajuda à minha recuperação.
Trabalho desenvolvido:
Começamos a fazer um Totoloto semanal, onde era sorteado um Presunto, sendo que em várias semanas chegamos a sortear dois, arranjamos dois patrocinadores para duas equipas de futebol de Salão para disputar o campeonato no Pavilhão de S. Paio de Olieiros, onde as coisas já não eram muito amadoras, e onde os jogos mais decisivos, o Pavilhão enchia completamente, foi ao ponto de se comprar àrbitros e oferecer bons prémios, jogadores houve até que jogavam em clubes federados que cobravam dinheiro por cada jogo. Nisto de pagar aos jogadores os Lusitanos nunca o fizeram.
Foram várias as Excursões que se realizaram e jogos de confraternização, e os convívios de Jogadores, Directores, Associados, Amigos e suas familias foram uma grande mais valia, amizades cimentadas e que ainda hoje perduram.
Fo maravilhoso para mim ter servido os Lusitanos e foi muito ais o que recebi naquela altura difícil da minha vida, do que aquilo que dei. Mas seguramente que foi aqui que aprendi que partilhar é um dos trunfos mais valiosos dos recuperados e não fora e sta lição de vida e nunca teria guiado a minha conduta por uma via solidária.
Certo que quando saí deixei no clube muitissimas Taças, equipamentos e mais de setecentos contos, posteriormente o clube veio a acabar por alguns dos seus Directores terem decidido irem salvar o Nogueira, quando outros o tinham abandonado e emprestaram ao que consta mais de 500 contos. Os Lusitanos estiveram inactivos durante vários anos e houve quem houvesse quer reativá-lo, tendo como primeiro objectivo exigir ao Relâmpago o dinheiro. Com muita saudade dos Lusitanos, mas convictamente direi que os Lusitanos são história do passado e que o dinheiro que foi entregue ao Relâmpago para a Formação foi a melhor solução, e não é aceitável que se lhe vá exigir esse dinheiro.
Se alguém pretender fazer de novo este ou outro clube que criem as condições para avançarem, que o façam, mas auto-financiando-se.
Devo esta aos Lusitanos, não escrevi este testemunho como saudosista, mas como prova de reconhecimento de quanto válido foi no tempo em que tudo durou. Estes quatro anos em que lá estive foram maravilhosos. A melhor prenda que poderia dar a quem confiou em mim era manter-me abstinente. Felizmente venci.